Já era noite deste domingo de vitória do Mengão sem Gabigol contra o Fortaleza por 2 a 0 quando a ansiedade me fez buscar Rafael, neto de 18 anos, flagrando-o saindo do Liceu Paraibano onde seu avô cursou todo Científico, e ele cumpriu sua missão no ENEM.

Pergunta óbvia de quem está mais ansioso do que o dito cujo: “e aí, Rafa, como foi a prova do ENEM?”. Na batata, em cima do lance ele responde: “Olha, Vô, gostei muito das provas e até da Redação”.

Impactado com a resposta, indaguei de imediato: “ como é, você gostou de abordar a força histórica da Mulher brasileira com sua invisibilidade diante de tantas múltiplas ações ainda convivendo com preconceitos e superação”?

De pronto, Rafael soltou na bucha: “Felizmente, Vô,

além de termos tratados de temas correlatos no colégio (ele estuda no ISO) é historicamente visível, a constatação da importância silenciosa da Mulher nos seus múltiplos papéis na vida e na sociedade, ainda tendo de conviver com discriminação e tratamento desigual. Gostei de abordar o assunto”.

Rafael nem viu, mas meus olhos ficaram muitos mareados por atestar a construção de sua consciência cidadã, que ele conduz na sua vida iniciando um outro e grande momento humano na vida. Olhei imaginando-o um homem e lembrei de seus pais, Pablo e Talline, responsáveis por esse cidadão a nos orgulhar.

O TEMA

Como se sabe o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 trouxe à luz uma questão estrutural da sociedade brasileira: mulheres que cuidam de familiares, de filhos, de companheiros e da casa e que muitas vezes têm duplas ou triplas jornadas diárias sem opção de escolha e sem remuneração ou reconhecimento.

Foi desse tema que meu neto, Rafael,tratou reconhecendo a necessidade de novo tempo no trato da importância histórica da Mulher.

Que bom saber que nossa geração de futuro é muito melhor do que a minha. Obrigado, Rafael!

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“Cada um dá o que tem”